As mais de 50 centenas de variedades podem ser provadas entre copos de whisky, conhaque e cocktails de autor.
á quem sonhe com um closet recheado de peças de roupa e de calçado de marca. Outros, imaginam-se a entrar na sua garrafeira e escolher um vinho de excelência para acompanhar o jantar. E há também quem sonhe poder ter a mesma experiência num humidor walk in, onde pode percorrer as estantes em busca do charuto ideal.
Trata-se de um espaço que preserva a humidade necessária para a melhor conservação dos ditos charutos. Uma experiência que Dori Cirilo, de 42 anos, quis trazer ao DCigars, o seu novo espaço em Cascais que sucede a outros três espaços da mesma marca a funcionar em Angola.
Os charutos não são uma paixão nova. Há mais de duas décadas que o angolano se deixou envolver pelo fumo e aromas, algo que decidiu unir à sua formação em gestão hoteleira.
“Em Angola não tínhamos nenhum espaço desse género, além de que havia muitos charutos falsos no mercado. Com o desenvolver desta paixão, senti a necessidade de procurar os produtos verdadeiros, com mais qualidade, e então comecei a fazer importação”, explica.
Começou por abrir uma loja online em 2007 e, volvidos cinco anos (em 2012), nascia o primeiro lounge especialmente desenhado para apreciadores de charutos. Atualmente, já são três os espaços DCigars no país angolano. O primeiro em Portugal abriu portas em outubro, na Marina de Cascais.
Os protagonistas desta história são os charutos, um “produto diferenciado” que “não se fuma, degusta-se”. “Fumar um charuto é um momento de reflexão, de introspeção, de prazer”, nota.
Tudo na DCigars se adapta a este ritual. Há música ambiente, bebidas para fazer o pairing perfeito e até pequenos cacifos para cada um dos clientes habituais, onde podem guardar os seus charutos, acessórios e garrafas.
Portugal foi uma escolha óbvia. Cirilo passou por cá a infância e juventude, ali mesmo em Cascais. Já em adulto, as viagens continuaram a ser frequentes. Frequentava alguns espaços onde era possível comprar e degustar charutos de qualidade, mas “faltavam-lhes serviços agregados”. E, porque quando se quer uma coisa bem-feita, o melhor é ser o próprio a meter mãos à obra, Cirilo cumpriu a máxima e decidiu abrir o quarto Dcigars.
“Queremos que o cliente possa escolher o que vai fumar e que encontre quem lhe faça a preparação do charuto. E queremos oferecer um local confortável, com qualidade e bom serviço, onde também possa beber e comer qualquer coisa. Com todas as características que o tornem num oásis onde os aficionados podem ficar cinco, seis, sete horas.
O plano inicial passava por localizar o espaço em Lisboa, mas um amigo, que acabaria por se tornar sócio, apontou para um espaço na Marina de Cascais. “E como eu vivo aqui em Cascais, tudo fez sentido.”
No que toca a charutos, poderá encontrar por lá 50 a 70 variedades diferentes. “Queremos também desmistificar a cultura do charuto, mostrar que não tem necessariamente que ser algo caro”, explica.
Os charutos, vendidos à unidade, têm preços que arrancam nos dois ou três euros e podem chegar acima dos 20€. A maioria chega de Cuba, mas também há referências produzidas na República Dominicana, Nicarágua e Honduras.
“Todos os países têm características diferentes, em termos de solo e temperatura, que vão afetar o produto final”, explica. “Costuma dizer-se que o cubano é o mais natural, ou seja, tem menos participação de fatores externos e, por isso, acaba por ser um charuto diferenciado. Mas é uma questão de gosto também.”
E o que deve acompanhar um bom charuto? “Há quem diga que só devem ser acompanhados de um conhaque ou de um whisky. Mas hoje em dia há charutos até mais direcionados para quem gosta de cerveja, por exemplo. Pessoalmente, gosto de fumar e acompanhar com um café cubano, água com gás ou até um champanhe bruto para um contraste completo”, explica.
A carta reflete esta abertura a todas as possibilidades e combinações. Não faltam os cocktails clássicos como o Whisky Sour (14€) ou o Black Russian (14€), acompanhados de cocktails de autor, do DCigars (12€) com rum, sumo de lima, café e xarope de açúcar ao Cigar Mojito (12€) com rum, hortelã, sumo de lima e xarope de açúcar.
A lista de bebidas inclui vodkas, gins (muitos), tequilas, runs e os tão recomendados whiskeys e conhaques. Para breve — lá mais para o final de janeiro — ficará disponível a carta de petiscos, mais virada para os petiscos, com foco no sabor e na apresentação. Há até uma sobremesa que se queima à mesa, em formato de charuto.
https://www.nit.pt/comida/cafes-e-bares/o-paraiso-dos-amantes-de-charutos-chegou-a-marina-de-cascais
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